Ao se observar as organizações empresariais e suas estruturas pode-se dizer que são variadas em forma e tamanho, adaptadas ou não as necessidades do mercado. A estrutura de uma organização reflete diretamente sua capacidade produtiva para desenvolver vantagem competitiva ante um ambiente mercadológico instável e complexo.
Sabe-se que a estruturação e organização do trabalho surgiu pela necessidade das organizações no final do século XIX em atender as demandas crescente de consumo dos grandes centros urbanos que sofreram inchaços com o advento da 1ª Revolução Industrial, assim como o surgimento de um novo modelo de consumo, exploração de
matérias-primas, transporte e comercialização de produtos num segundo momento com o que foi chamada de 2ª Revolução Industrial.
Os processos produtivos assim como as relações de trabalho passaram a ser tratadas inicialmente de modo intuitivo, o que muitas vezes gerava desperdício de mão-de-obra e matéria-prima.
Diante desta nova realidade surgiu a Administração Científica, que teve como precursores Fayol e Taylor, onde através de seus estudos buscaram não apenas promover a racionalização do processo produtivo, evitando desperdícios e o retrabalho, mas também buscaram observar possíveis procedimentos que tornariam as organizações mais eficientes e eficazes, como por exemplo o estudos de “tempos e movimentos”, padronização da produção, a ideia do “trabalhador ideal”, do “homo economicus”, meios de treinamento dos operários, assim como também os sistemas de remuneração pela meritocracia e as ideias básicas da gestão que são aplicadas até hoje como base da administração moderna: Planejamento, Organização, Direção, Execução e Controle.
Com o passar dos anos, já durante o século XX, como consequências de transformações geopolíticas no planeta, entenda-se como “1ª Guerra Mundial”, “Crise de 29”, “2ª Guerra Mundial” e a “Guerra Fria” que dividiu o mundo em Capitalistas e Comunistas, as organizações sofreram mais mudanças significativas, agora não apenas na estrutura, mas nas suas concepções e percepções, e que devido as sanções políticas e econômicas tiveram que encontrar variantes na forma de gerenciar recursos tangíveis e intangíveis. O mercado mudou, as pessoas mudaram assim como seus hábitos de consumo.
As estruturas das organizações que antes eram avaliadas apenas pela sua eficiência e eficácia pelo meios de produção, passou a ser observada também por suas influências político-econômica e socioambiental.
Os modelos de gestão mudaram, assim como as estruturas físicas e conceituais. Aspectos ligados a estratégia de competição ganharam espaço, a “arena de combate” também se modificou, os mercados das grandes corporações que antes eram regionais, passaram a ser mundiais, a esse processo se deu o nome de “Globalização”.
Matrizes e filiais precisaram agir de modo diferenciado (apesar de as filiais continuarem subjugadas a sua matriz) a fim de melhor se adaptarem as necessidades locais, sendo assim, empresas globais precisaram “pensar localmente” para se adaptar as realidades de cada ambiente onde passaram a ter operações comerciais. As organizações também precisaram ser pensadas de forma diferente. Para isso se fez necessário desenvolver estruturas organizacionais capazes de minimizar e absorver os impactos de todas essas mudanças além de impulsionar o crescimento das organizações por meio de novos modelos de gerenciamento da produção, da comunicação, do comportamento e da cultura organizacional.
Com a evolução das tecnologias em diversas áreas como produção, comunicação, transportes e a inclusão destas novas tecnologias a realidade das organizações proporcionou mais mudanças irreversíveis na relação organização X sociedade, ou empresa X clientes.
A chamada “Era da Informação e do Conhecimento”, ocasionou transformações na dinâmica das organizações assim como o surgimento de novas atividades e setores operacionais.
Hoje é muito comum falar de setor de “logística” (que estuda não apenas a “melhor
entrega”, mas também o “melhor descarte” – logística reversa), ou setor de “mídias sociais” (que busca uma melhor interação entre consumidor, e sua experiência de consumo, com a empresa por meio das diversas plataformas de comunicação social, com o objetivo de incrementar positivamente a imagem da organização no mercado), assim como o setor de recursos humanos, que hoje é também chamado de “gestão de pessoas” ou “gestão de talentos” (que visa não apenas estabelecer as melhores relações de trabalho, mas também busca desenvolver competências nos colaboradores a fim que estes gerem mais recursos financeiros e um aumento significativo no capital intelectual).
Atualmente as estruturas organizacionais precisam ser gerenciadas de forma integrada, seja seguindo uma estrutura mecanicista (mais rígida e centralizada na cadeia de comando) ou então orgânica (menos níveis hierárquico e teoricamente mais flexível) de gestão, as organizações devem estabelecer parâmetros de desempenho assim como promover o desenvolvimento de um ambiente organizacional que esteja propício a facilitar o aprendizado e o engajamento dos colaboradores assim como garantir maior flexibilidade às mudanças.
Tanto no presente, mas principalmente no futuro, as organizações precisarão dar respostas cada vez mais rápidas ao mercado. Esta velocidade é uma tendência que hoje já apresenta sinais, pois cada vez mais as empresas e as pessoas precisam aprender mais e mais rápido para atender as necessidades dos clientes e mercados. Porém essa velocidade maior somente será possível se as organizações desenvolverem estruturas flexíveis suficiente para se adaptarem a esta tendência e às mudanças provenientes dela, e talvez atrelado a isso estará a sua competitividade e a sua própria sobrevivência.
Independentemente do tempo que se vive, a administração continuará evoluindo, assim como adaptar às mudanças será uma realidade infindável para organizações que objetivam sua perpetualidade.