Quando decide comprar um carro, o que você leva em conta? Em termos financeiros, além do preço do carro, outros pontos são avaliados: o consumo de combustível, o custo do seguro e da manutenção, o valor da revenda e até o tamanho da garagem. Além disso, você projeta um período de utilização do carro até trocar por um novo. Esta análise chama-se custo total de propriedade, o tal TCO na sigla em inglês. O TCO é uma estimativa financeira de todos os custos diretos e indiretos associados a aquisição de um bem, considerando todo o seu ciclo de vida.
O conceito de TCO foi popularizado pelo Gartner Group em 1987 e amplamente adotado para avaliações de custos e decisões de investimento em TI. Entre eles, podemos citar o investimento feito em hardware e software, e os custos envolvidos indiretamente, que podem representar até 60% dos custos totais: serviços de instalação/implantação, treinamento, manutenção, suporte técnico, atualizações, espaço dos equipamentos, suprimentos, períodos de indisponibilidade ( downtime ), prevenção para perdas e paradas e até perda de receita / lucro por indisponibilidade.
Recentemente, novas soluções, tecnologias e situações vêm mudando o cenário da última análise de TCO. Entre elas podemos citar o Open Source, a Cloud Computing e o SaaS (Software as a Service). O Open Source refere-se ao software sem licença de uso, ao qual uma comunidade de desenvolvedores agrega melhorias, que tem custo inicial de licenciamento zero, mas pode impactar inversamente o TCO quando se avalia custos profissionais e tempo de desenvolvimento. Já a Cloud Computing surgiu como uma efetiva solução para corporações de todos os tamanhos, de pequenas a grandes, seja pela drástica redução de custo no acesso via internet e de armazenamento de dados, seja pelo aumento da confiabilidade das conexões em rede que suportam a internet. Em comum, Open Source e Cloud Computing proporcionam às organizações significativo impacto na análise de TCO.
Derivada da Cloud Computing, a modalidade SaaS é a que merece maior destaque. Isso porque além de englobar todos os custos indiretos, relacionados a entrega/ disponibilização da tecnologia, ela também elimina despesas ocultas, tais quais energia elétrica, climatização, espaço físico, custos de capital, depreciação, entre tantos outros, uma vez que os provedores passam a cuidar de componentes que antes eram custeados internamente, ainda que não tenhamos visibilidade total sobre eles.
Em recente pesquisa feita pelo Gartner, 270 profissionais de TI e gestão de negócios de várias indústrias dos EUA, Europa e Ásia-Pacífico, que estavam diretamente envolvidos na implementação/suporte ou em decisões de planejamento/orçamento relacionadas à compra de soluções de aplicativos empresarias, citaram a redução de TCO entre as três principais razões para a adoção da modalidade SaaS.
De acordo com estimativas da consultoria IDC, a entrega via SaaS vai superar significativamente a de software tradicional, crescendo quase cinco vezes mais rápido do que o mercado de software como um todo. Ainda segundo a IDC, as vendas de software como serviço chegarão a US$ 370 milhões já no próximo ano.
Os dados evidenciam um cenário em que as empresas, especialmente os departamentos de TI, sofrem cada vez mais pressão para reduzir custos, sem abrir mão de qualidade. Neste sentido, organizações precisam avaliar o TCO para tomar a correta decisão em adquirir, evoluir ou aposentar um aplicativo, levando em conta o que existe de novo no mercado.
Se a análise mostrar que o TCO do seu aplicativo ficou mais caro do que outras soluções utilizadas por seus concorrentes, sua organização pode estar perdendo vantagem competitiva. Logo, companhias constantemente atentas às mudanças que impactam seu TCO e que adotam novas tecnologias se mantêm competitivas. Pense nisso!