No dia Internacional da Poupança, a DSOP Educação Financeira mostra diversas formas de poupar, que não se restringem a dicas de investimentos e que podem ser aproveitadas mesmo por aqueles que ainda não têm nem a tradicional caderneta de poupança
No dia 31 de outubro comemora-se, no Brasil e no mundo, o dia da Poupança. A data foi estabelecida em 1924, durante um congresso internacional de Economia, na Itália. No Brasil, é comemorada desde 1933. Porém, apesar de passados 78 anos em que a importância de poupar é relembrada anualmente no Brasil, as estatísticas de endividamento do brasileiro demonstram que o hábito de poupar, seja para comprar, para reservar para imprevistos ou para uma aposentadoria digna, ainda não foi totalmente assimilado.
"Brasileiros compram primeiro para depois tentar pagar. E, muitas vezes, compram o que não precisam, deixando de realizar sonhos, porque não poupam", explica Reinaldo Domingos, educador financeiro que criou a Metodologia DSOP (Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar) de Educação Financeira, na qual estão baseados seus livros para crianças, jovens e adultos e obras didáticas usadas em diversas escolas do país.
Para Domingos, esse problema preocupa, pois atinge pessoas de diferentes faixas etárias e níveis sociais e culturais, e porque a população brasileira está envelhecendo sem se preparar financeiramente para essa fase da vida. "De um lado, temos muitos jovens, alguns em seus primeiros empregos e salários, já endividados; de outro, temos os aposentados, que em sua grande maioria depende de parentes ou precisam continuar trabalhando para viver, já que não possuem poupanças", alerta Domingos.
A falta de domínio da situação financeira leva a um hábito comum, que é esperar sobrar algum dinheiro no orçamento mensal para realizar os sonhos. Tem também o poupador que guarda dinheiro sem um objetivo definido. "Quem não poupa realiza menos sonhos e quem poupa sem um propósito tem grande probabilidade de gastar este dinheiro aleatoriamente, sem nem perceber", diz o educador financeiro.
Seja qual for o perfil do consumidor, Domingos diz que reservar parte do que se ganha para realizar sonhos é possível, desde que se tenha foco e disciplina. O ideal é definir três sonhos materiais – de curto (até um ano), médio (de um a dez anos) e longo (acima de dez anos) prazos. Ele recomenda que, dentre esses sonhos, estejam a liquidação de dívidas (caso as tenha) e o próprio sonho da aposentadoria digna, da independência financeira.
Deve-se calcular quanto seria necessário poupar por mês para a realização desses sonhos, dentro dos prazos pretendidos. O valor a ser poupado deve entrar no orçamento, ou melhor, deve ser priorizado. Isso significa que o valor a ser poupado para os sonhos devem ser descontados dos ganhos (da receita) e, com o saldo restante, é que se define o real orçamento ou padrão de vida que o indivíduo ou a família terá de adotar se quiser garantir a realização de seus sonhos. Para essa readequação de orçamento, recomenda-se um balanço anual da situação financeira, um diagnóstico de gastos diários durante 30 dias – para identificar para onde está indo cada centavo e facilitar a escolha de corte de supérfluos –, além do controle mensal do orçamento.
Outras formas de poupar
Evitar compras por impulso: os consumidores devem se fazer algumas perguntas antes de comprar: “estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência ou baixa autoestima? Se não comprar isso hoje, o que acontecerá? Tenho dinheiro para comprar à vista? Se comprar a prazo, terei o valor das parcelas?”.
Pesquisar preço e comprar à vista: tudo que se compra em prestações paga-se mais caro. Já quem pesquisa o melhor preço paga menos e aumenta a chance de comprar à vista e obter desconto.
Pedir desconto: se um produto custa mil reais e pode ser parcelado em 10 vezes de 100 reais, certamente, à vista custará de 10% a 20% menos.
Reter 10% dos rendimentos: para começar a construir a independência financeira, deve-se guardar 10% do que ganha. Com o tempo, pode-se partir para um plano de previdência privada para complementar o INSS.
Como investir o dinheiro poupado
Domingos explica que poupar é o ato de guardar dinheiro. Investir é direcionar o dinheiro poupado ou não gasto a algum tipo de investimento, que também deve estar atrelado ao prazo do sonho e ao perfil do investidor: conservador (não corre riscos), moderado (corre riscos somente em uma pequena parte do investimento) e arrojado (prefere correr riscos e ter mais retorno na aplicação).
Assim, para sonhos de curto prazo, ele recomenda a caderneta de poupança. Para sonhos de até 10 anos, os fundos de renda fixa ou variável são boas opções, porque, quanto maior o prazo de investimento, menor o imposto cobrado. Investimentos como CDB, títulos do tesouro direto, ouro, entre outros, requerem ajuda de profissionais especializados para avaliação de vantagens e riscos. Já os investimentos de longo prazo, como ações na Bolsa de Valores, títulos do Tesouro Direto e previdência privada, exigem cuidado maior, pois há punições tributárias, caso queira resgatar a curto ou médio prazos. Mais informações: www.dsop.com.br