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Marcas com propósito: o desafio de recrutar colaboradores alinhados à missão e aos valores das empresas

A busca por propósito parece ter se tornado o desafio do século tanto para as pessoas quanto para as marcas. As empresas, que antes tinham como missão tornarem-se as maiores e melhores em seu segmento, já começaram a repensar seus posicionamentos. Mu

A busca por propósito parece ter se tornado o desafio do século tanto para as pessoas quanto para as marcas. As empresas, que antes tinham como missão tornarem-se as maiores e melhores em seu segmento, já começaram a repensar seus posicionamentos. Muito mais do que lucro, hoje elas buscam o crescimento como uma consequência efetiva para seu propósito.

Essa movimentação teve início com as pessoas e essas, consequentemente, enquanto consumidores e funcionários, passaram a permear essa transformação e desejo para dentro das organizações. As marcas, atentas a essa demanda, começaram a repensar sua personalidade e, uma vez criado esse fluxo, ambos os lados passaram a buscar essa identificação entre os valores, a cultura, os aspectos que respeitam e acreditam, suas crenças particulares e seu modo de ver o mundo. É importante ressaltar que falhamos muito em usar o termo propósito no singular. Tanto pessoas quanto empresas sempre tem muitas paixões e desejos a se concretizar.

A construção do conceito de marca para o colaborador, chamada de employer branding, é uma preocupação crescente entre os departamentos de RH. Promover ações de cultura e comunicação interna para disseminar os valores da companhia entre os funcionários, passou a ser essencial na construção e manutenção da imagem da empresa, fazendo deles os verdadeiros embaixadores da marca. O employer branding é também uma ferramenta para manter e atrair os melhores profissionais do mercado, uma vez que os RHs precisam criar valor para sua marca empregadora.

Dentro desse conceito, o processo seletivo assume uma importante missão: encontrar profissionais que acreditam e tenham os mesmos valores da empresa. Afinal, é muito mais fácil permear a cultura entre pessoas que compartilham as mesmas crenças e ideologias. Nesse sentido, o RH desempenha um papel indispensável, o de traduzir o propósito empresarial a fim de desenhar a melhor estratégia para atrair os talentos mais adequados para a empresa.

Com o recrutador, fica a missão de manter-se próximo à organização, mergulhar fundo na cultura e no propósito empresarial, tornando-os tangíveis e atrativos para o mercado. Encontrar os profissionais que compartilhem os mesmos sonhos ou que consigam realizar seus propósitos pessoais enquanto trabalham, exige um olhar atento, crítico e sensível dos headhunters.

A retenção de talentos também começa a colher os frutos de se investir em contratações que levam em consideração esse casamento de ideias. Trabalhar em algo em que se acredita tem um impacto significativo para a produtividade dos funcionários que, por estarem conectados, ficam motivados a superarem metas estipuladas, não faltar e até trabalhar mais. Vivemos a geração do trabalho pelo prazer, pela vontade de realizar, e não só pela necessidade de sobreviver.

Além disso, principalmente as novas gerações têm buscado cada vez mais trabalhar em marcas que admirem, primeiramente como consumidor, para depois admirarem como colaborador. Elas têm buscado o cruzamento ideal entre o lifestyle (estilo de vida) pessoal e o lifestyle dentro das organizações. O ambiente interno precisa transparecer o que a empresa oferta e ao mesmo tempo o que ela acredita e prioriza, principalmente em termos de valores.

É claro que as empresas não são formadas única e exclusivamente por pessoas que compartilham os mesmos ideais. Não é nem saudável que seja assim. É preciso que haja um equilíbrio nas equipes, discussões construtivas, contraponto entre as opiniões. Importante dizer que esse é um movimento que surge fora da caixa e do recorte das gerações. Pessoas de todas as idades e classes sociais estão conectadas a esse desejo de consumir e trabalhar em empresas com as quais acreditam.

O fato é que, se antes, na hora de buscar profissionais no mercado, era fundamental olhar as habilidades e características de cunho técnico e comportamental, agora o processo seletivo está agregando mais um aspecto de complexidade. Tornou-se indispensável analisar os valores e crenças que motivam as pessoas. É essa convergência que cria a sinergia perfeita entre empresas e colaboradores.

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